Paroquia de Saturno - Project Genesis

Ouvir sobre a Gram pareceu ativar algum tipo de gatilho em Justine que conseguiu ter um Sonho Profetico mesmo ainda acordada, era um de seus dons. Nele, a ruiva via Adrian usando armadura e enfrentando alguém que possuía aquela lamina vermelha brilhante que lançada contra o soberano que era atingido certeiramente no peito, sensação essa que a garota sentia e por isso apertava suas roupas e suava frio, era como ela mesma tivesse morrido ali, naquele momento, atingida pela lamina amaldiçoada bem no coração.

-Gram... Adrian-sama, ela vai... Antes que Justine completasse seu dito, alertasse seu atual lider e senhor do perigo, ele mesmo já se antecipava fechando os olhos e adiantando os ditos como se ja previsse o que sua seguidora iria dizer antes mesmo ela cogitar abrir sua boca.

-Eu sei, eu já tive esse e vários outros sonhos semelhantes, Gram é o recurso final para nós destruir mesmo assumindo a forma Velber, a arma definitiva capaz de matar qualquer coisa, mesmo aquilo que foge do conceito de morte como nós e os demais Aristotelicos, serem provenientes de outros lugares fora da Terra, do seio da Mãe-Gaia, porém, essa arma é feita com base em outra, sua antítese, Excalibur. Adrian se erguia do colo de Justine e sacava um lenço de dentro do bolso de sua calça para que pudesse usa-lo para secar o suor da ruiva que não sabia como sentir-se, afinal, em um momento o Imperador era uma das piores coisas que já sentiu em sua vida, algo vil e profano que deveria se afastar, já em outro momento ele era bondoso, gentil e sua aura exalava tamanha paz que parecia estar proxima de um verdadeiro anjo... Como uma unica pessoa pode ter tamanha dualidade? Dois extremos tão intensos, como o céu e o inferno, nisto olhou para Evangeline se perguntou se em algum momento da vida ela se questionou sobre a outra face daquele que passou tantos anos consigo, se em algum momento a albina já havia percebido aquelas duas facetas do mesmo homem que seguia com sua explicação.

-Os meios que Excalibur assim como Rhongomyniad foram forjadas são desconhecidos assim como a Gram original, esta que será forjada em nosso tempo é uma replica aprimorada, mais poderosa e eficiente que a original sendo criada pelo mesmo método de uma Pedra Filosofal e por isso é capaz de realizar o desejo de seu forjador que se resume a matar qualquer criatura para provar seu valor a seu mestre que diferente dele acredita que a arma perfeita não é aquela que mata e sim aquela que salva, principio esse utilizado na criação da Espada e Lança Sagrados e por isso elas não podem ser usadas de forma leviana, já a Gram, ela não difere alvos e para ele, seu ferreiro, isso é perfeito. O segredo profano por trás da pedra filosofal era revelado apenas para aqueles que ousavam se aprofundar de corpo e alma nos estudos da alquimia, algo muito além da Transmutação e da Gradation Air, era algo mais profundo que seguia até o fundo do mar de conhecimento de todas as variações desse ramo mágico onde em seu amago estava ali, a joia vermelha cujo composição se resumia no sacrifício de incontáveis vidas cujo almas condensadas em sangue e dor dão forma a joia capaz de transformar qualquer material em ouro, de trazer alguém amado de volta a vida as vias de fato, isso junto diversas outras vantagens que enchem os olhos, só que porém custam um preço muito alto a qualquer um minimamente humano embora nem mesmo Maous tenham conseguido tamanha proeza, afinal, não basta o sacrifício e o sigilo, a Alquimia exige muito mais do que isso, o preço equivalente que até hoje todos os que descobriram se recusaram a pagar destruindo todo seu conhecimento junto para que ninguém ousasse faze-lo no futuro, assim sendo, para uma espada ser desse mesmo material, e por isso brilhar em vermelho, um preço muito alto foi pago em troca da vitória.

-A Torre do Relógio possui duas organizações anexadas a elas, a Chaldea e a Atlas, ambas trabalham pelo bem do desenvolvimento humano para que a humanidade não pereça como predestinado no Notes, na Era do Aço, e por isso eles trabalham das mais diversas formas para tal e uma dessas formas é clonar o gene Pendragon contido na família Gallanor para que se torne possível o empunhar da Excalibur que está com a Atlas e se encontra inativa, entretanto, nem toda a linha do tempo eles conseguem tamanho feito, de criar uma replica boa o bastante do Rei Arthur para utilizar a espada, inclusive, foi lá, na Atlas, que consegui a Photon Ray da Marie e o Add, o cubo que guarda o mistério da Rhongomyniad, ele me escolheu em uma visita que fiz para eles cujo regra interna impede itens como esses de serem tirados de lá, mas eu fui uma exceção pois eles confiam que irei usa-los em prol da humanidade já que fui escolhido pela lança e seu guardião, mas a Excalibur ainda não, ela exige algo a mais para quebrar a barreira de vento que a sela, algo especifico que eles presumem estar na linhagem do Imperador de Jade ou Rei dos Cavaleiros, então seguem testando. Após terminar de limpar o suor de Justine, Adrian parecia sentir-se um pouco melhor ao ponto de conseguir ao menos manter seus olhos abertos, chegou até mesmo bocejar no mais absoluto silencio, só moveu a boca, deixou o ar sair e deixou a mão na frente e depois disso parou e se manteve olhando adiante, a conversa parecia já estar próxima de seu fim.

-Não é garantia que nessa linha do tempo eles conseguiram, mas se Evangeline sonhou com a Gram, é porque a Excalibur foi empunhada, digo isso porque a unica forma daquela forja amaldiçoada alcançar a perfeição é replicando o poder da Espada Sagrada que provavelmente estará nas mãos de um clone do Rei Arthur, alguém com o sobrenome Gallanor que atualmente é uma Familia de Magos extinta, herdeiros do dragão vermelho Ddraig que foi o mesmo que seguiu sua geração iniciando em Uther Pendragon e assim sucessivamente, assim sendo, se encontrarem um jovem de olhos azuis, pele clara, cabelos dourados e com esse sobrenome, é certeza quase absoluta que ele é o portador da Excalibur e vocês devem impedi-lo de usar a arma custe o que custar pois caso o Ferreiro coloque seus olhos nela, não existirá meios de impedir que Gram seja feita a não ser que vocês o matem antes disso, o que em todas as linhas temporais se provou impossivel, o desgraçado é realmente habilidoso e se esconde debaixo das asas de Brunestud, o Rei dos Vampiros que também é outra figura que nem mesmo eu consigo ligar frente a frente. Adrian guardou seu lenço no bolso e abriu a portinha daquele confessionário e saiu do mesmo para tomar um pouco de ar, feito que se provou quando ele respirou bastante fundo. Justine saia logo atrás, apesar do excesso de informações ela entendia bem o que era para ser feito, se não conseguiram matar o tal do Ferreiro em outras linhas, naquela modificada por Gabriel talvez conseguissem, era a esperança que tinha, que a contagiava, poderiam vencer dessa vez, bastava ter fé e seguir em frente, agarrar aquela chance forte como nunca, dessa vez poderiam conseguir, literalmente, mudar o futuro.

Fora daquela cabine, Adrian parecia um pouco mais pensativo que de costume dedicando aqueles segundos de silêncio a essa reflexão. Determinada a mudar o futuro e salvar Gaia como bem desejado por seu soberano, Justine chegou a afiar o olhar e serrar levemente seus punhos até que ouviu Evangeline a chamar daquela forma, por um apelido carinhoso que até mesmo o líder estranhou voltando o olhar para a albina sem mudar sua expressão, apenas ligeiramente o tom de voz.

-Seu conflito interno é intenso, Evangeline, mas acredito que eventualmente ele vai cessar e alguma das duas vai prevalecer, seja aquela que me chama de Majestade, seja aquela que me chama de Dri, mas para isso você precisa sair, ir além desses muros e tirar suas conclusões sobre a vida, a raça humana e demais coisas que a cercam, apenas dessa forma seu julgo será justo independente se alinhado ou não ao meu embora indiferente disto, irei ama-la mesmo assim. Adrian seguiu até Evangeline e a pegou a mão que tinha os Selos de Comando devagar, com cuidado, virou as costas do punho para o chão e encostou a ponta de seu indicador no palmo da garota onde fez um risco horizontal que brilhava em um tom ligeiramente rosado.

-Estou te dando acesso ao que implantei em sua Serva, a rédea que muda a forma e mantém a mente dela sã, porém, mesmo esse controle vai ceder caso ela se enfureça demais e isso irá liberar sua verdadeira forma, altura e poder, enquanto estiver com isso ela será sã na medida do possível e é a partir disso que irei suprir a mana dela em seu lugar, então não se preocupe com a sua e mesmo que ela perca o controle, esse selo não vai se quebrar, será mantido até a morte da mesma, mas o mais importante… Adrian fechou a mão de Evangeline deixando com ela aquele poder que desaparecia no externo se mantendo apenas no interior do palmo da menor. O Noah deixou ambas suas mãos sobre o punho da albina.

-A partir de agora o sobrenome seu e de todos os demais é Noah e não mais D’arc e como eu disse um dia a Justine e a Mikhael eu irei repetir a você; não é pecado lutar pela justiça, pelo contrário, é uma boa ação pois nesse mundo existem indivíduos que não são convencidos com palavras, então quando chegar o momento certo não hesite em ceifar o mal, liberte-se de suas restrições e deixe com que seu corpo, mente e alma façam o que é certo, entende? Adrian ficou calado esperando a resposta de Evangeline enquanto Justine apenas mantinha seu olhar desviado e mãos para trás, estava com algo a perturbando a mente, mas preferia não falar nada no momento, apenas se manter em silencio por hora.

O Imperador se mantinha em silencio apenas esperando os ditos de Evangeline que como costumeiramente eram bem poucos. Ao ter as mãos apertadas ele apenas acenou positivamente com a cabeça antes que pudesse responder qualquer coisa não dando sinal de que Justine poderia incomoda-lo apesar daquela postura tão notória dela, afinal, querendo ou não, ele já sabia de boa parcela daquilo, havia visto e revisto milhões de vezes, então não precisava explicar ou confirmar nada, apenas seguir conforme o planejado até o ponto em que o futuro já não lhe fosse mais de seu saber.

-Hierophant e Temperance estarão as esperando no Vestíbulo, irão guia-las até Nod, boa sorte, tomem cuidado e se cuidem. Adrian não era muito de demonstrar afeto de forma explicita como abraços e beijos, logo, não foi surpresa ele simplesmente se afastar de Evangeline e seguir indo até onde deveria ir, fosse lá que lugar fosse, apenas se despediu e saiu por mais que agora, em tese, a albina fosse sua noiva dada as circunstancias. Após a retirada do líder, Justine seguiu para acompanhar a irmã até onde haviam sido encaminhadas para seguirem e durante o trajeto ela expos parcela de seu incomodo em um sussurro.

-O corpo dele está muito debilitado, ele vai morrer.... E então tomou rumou saindo dali para encontrarem com a dupla e poderem enfim seguirem para além dos muros da enorme Arvore da Vida, um feito do qual ela já fez no passado, afinal, veio de fora, mas Evangeline não, seria sua primeira vez respirando um ar sem o filtro daquela arvore, a primeira vez que veria pessoas fora da etnia já acostumada, tudo seria nosso para ela desde as coisas mais positivas a negativas, era como literalmente ir para um outro mundo.