Grande Edificio Abandonado - Trail of Blood and Death

Como combinado, o grupo de jovens havia chego ali praticamente no horário em pontos pois muitos chegaram mais cedo para garantir que não iriam atrasar e junto a eles estava uma mulher mais velha, não parecia ser muito, mas o bastante para ser vista como a líder daquele time que aguardava apenas a chegada da dupla onde alguns já olhavam seus relógios verificando o horário percebendo que ainda faltava um tempo pro combinado, era só terem um pouco mais de paciência.  

-Será que eles vão vir mesmo? Aquele cara não parecia ter muita noção das coisas, o cara deu uma moeda que vale mais de 1.000 dracmas, praticamente bancou os nossos gastos pro no minimo uma semana se ninguém exagerar nos pedidos como certas pessoas. Olga se mantinha de braços cruzados e encarava Nina que estava sentando comendo de novo, pra variar e ao lado dela, quieto estava o jovem mascarado e encapuzado que como sempre parecia cuidar daquela pequena menina lobo. Edmond estava profundamente pensativo sobre a situação e por isso não falava nada a respeito, se mantinha apoiado em uma parede e nisto acabou sobrando para Elena responder a amiga de time.

-Talvez tenha sido de proposito, eu pesquisei um pouco é a mulher que foi vista com ele é uma Homúnculo de Guerra chamada Elise, ao menos ela foi registrada dessa forma e esse registro está no nome de um tal de Alphonse D'arc, provavelmente o Capo, então eles no minimo são bastante ricos e aquele homem deve ser algum tipo de caçador estrangeiro contratado por ele por isso é tão caipira. Embora as palavras de Elene fizessem sentido, Edmond desviava o olhar como se não estivesse concordando com tudo aquilo, ao menos não com tudo mantendo sua mão no queixo, todavia, Olga se convencia e isso ficava nitido em seu semblante.

-Hmmm, verdade, deve ser isso mesmo! E caramba, o Capo tem uma Homunculo de Guerra? Que bizarro, digo, eu já vi homunculos femeas muito belas, mas eram para atender os caprichos de seus donos ricaços, ver um homunculo femea tao bonita e bem cuidada sendo de guerra é bastante estranho, essa raça não foi feita apenas para a guerra? Porque o Capo a mantém em tão bom estado e caminhando por ai? Nada contra, é só... Diferente, como se ele a tratasse mesmo como uma pessoa, um ser humano como nós. Até então apenas ouvindo a conversa, a mais velha caminhava até a dupla de loiras o que chamou a atenção delas que ficaram em silencio para ouvir os ditos da líder que notavelmente era uma cavaleira provavelmente como Edmond não sendo sabido se também era Opfatter, mas dado os detalhes da armadura ela com certeza era da Igreja, no minimo uma Cruzado.
-Não se esqueçam que apesar dos apesares, a vó do Ed era uma Homúnculo de Guerra então a mãe dela e a tia são mestiças dessa raça e isso é parte do que as torna tão incríveis, então não subestimem o elo entre um homúnculo e seu mestre e a tratem direitinho, até porque essa raça possui muita instabilidade mental, não queremos tornar uma aliada em inimiga em uma missão tão perigosa, tudo bem assim? O assunto não parecia ser bom para Edmond, então ele até mesmo desviou o rosto acenando em positivo com a cabeça e só os demais responderam que "Sim" de oral e devidamente audível formando um pequeno "coral" e satisfeita com a resposta e já sabendo do incomodo do moreno com esse assunto, a maior se deu como satisfeita e se sentou em uma pedra para seguir esperando. O ambiente agora noturno estava bastante umido por causa da tempestade que houve mais cedo, assim sendo muitas coisas ainda estavam molhadas e até mesmo pingando havendo também diversas poças d'gua e um frescor agradável no ar, a temperatura ambiente estava muito boa.

A corrida de Elise os permitiu chegar em cima do que seria a hora combinada, mais precisamente, um pouco mais devagar e talvez eles tivessem atrasado alguns minutos que iriam depender da velocidade inferior, o que não foi o caso. Distraído, Edmond seguia imerso em seus pensamentos mantendo seu olhar distante dali, encarava algo, mas não era nada, de fato não estava ali mentalmente então a chegada daqueles que faltavam passou despercebida e percebendo isso a líder bateu o cotovelo no garoto que percebendo sua distração mudou totalmente a postura, como Opfatter aquele tipo de coisa era inadmissível, não podia ficar tão distraído em meio a uma caçada.

-Sinto muito... Não, só faltavam vocês, haveria mais alguém no time, mas ela não pode vir, iremos então apenas nós. A aparência de Lupus estava muito melhor do que antes, até demais e esse pensamento vinha de Olga que o olhava com notável admiração, não no sentido de achar aquele grisalho alguém respeitável e sim outra coisa. Ela de braços cruzados o olhava da cabeça aos pés e vendo aquela bunda maravilhosa num traço tão apertado não resistiu em dar um belíssimo tapa que assustou  a todos, não pela força e sim pela surpresa mesmo.

-Melhorou bastante desde a ultima vez que te vi hein garotão, o que um belo banho não faz? Edmond exclamou o nome da garota em tom de bronca e ela apenas levantou as mãos e saiu em passos apressados de perto de Lupus e do moreno já sabendo que iria ouvir poucas e boas. A mais velha ali sinalizou para o Opfatter que ela iria falar com a Argentum o deixando ali para fazer o que ele gostaria que no caso era se retratar para com o colega de profissão.

-Sinto muito Lupus, ela é bastante impulsiva as vezes, mas garanto que ela é uma otima integrante no nosso time e isso não vai se... Repetir. Edmond deu uma pausa ao perceber que Nina, a notável Fagire do grupo, estava apalpando as nádegas de Lupus sem parar um só momento enquanto seu parceiro, ao menos aparentemente era por ficar sempre ao lado dela, seguia sentado olhando a paisagem.

-Qual foi Heitor?.. Nina, sai! Edmond "assustou" a pequena assobiando de forma diferente, era como estivesse puxando o ar fazendo o som sair extremamente "fino", ela que abaixou suas orelhas felpudas e as cobriu com suas mãos se afastando do grisalho também. O rapaz suspirou pesadamente, principalmente um ruido que pareceu, e muito, alguém se movimentando por dentro daquele edifício reagindo a seu assobio o fazendo olhar rapidamente para o lado de dentro ainda tomado, pela escuridão.

-Já começamos bem... Ótimo, o edifício está sem luz, teremos que religa-la achando o gerador que provavelmente estará inativo, então vamos precisar combinar Gradation Air para concertar e Numerologia para fornecer energia e ligar o aparelho e assim todas as luzes, o que acha? Como estamos lidando com uma Lycan deixar o ambiente escuro é um prato cheio para a caçada dela, viemos a noite para as Photon Blades serem mais efetivas e graças a chuva que caiu vai ser mais difícil a ela achar nosso rastro já que a umidade gera odores a partir do solo e das plantas dificultando farejar o nosso. Edmond tentava amenizar seu ligeiro estresse pensando na estratégia inicial para aquela missão tendo que levar em conta que o inimigo agora sabia que eles estavam ali, logo, o elemento surpresa já havia sido prejudicado e tudo por causa de uma bunda num colã. Voltou a suspirar e esperou a resposta de Lupus para saber se ele concordava com aquilo ou se tinha algum plano alternativo, mais eficiente talvez, queria confiar que o veterano, ao menos na aparencia, dividisse sua experiencia consigo.

Atento ao plano de Lupus, soava bom, arriscado, talvez pouco pratico, mas um bom plano já que iria minimizar os riscos de todo o time ser atacado de uma só vez, dividir e cobrir mais área soava melhor e conhecendo os talentos de cada um, sabia quem seria fundamental para cada coisa embora não soubesse o potencial ainda dos novos membros do time, logo, primeiramente teriam que descobrir mais sobre o local e em seguida através do mapeamento saber como se mover melhor nele. Edmond pensava em quem seria mais indicado, poderia dar alguns nomes, mas levando em conta a sugestão de ir em dupla, acabou pensando naquilo que diria em seguida:

-A Homúnculo que te segue, acha que ela pode fazer esse serviço junto a você? Não conheço o potencial dela, mas caso queira um acompanhante mesmo tem o Heitor, ele é um especialista em exploração campal combinando Geomancia e Aeromancia, então seguir por locais e sair deles é com ele mesmo, o problema vai ser o gerador pois para liga-lo será preciso provavelmente repara-lo e então religar para que as luzes se acendam, ou podemos usar de outros recursos como Runas ou Piromancia para termos luz ao menos em nossa área circundante, seremos um ponto de luz em meio a escuridão? Sim, mas ao menos teremos maior certeza de que se a Lycan estiver ali, com certeza vai avançar nesse ponto mais nítido, essa raça apesar de predatória não costuma ser muito inteligente então o que vai nos restar é sua precisão em combate caso aconteça, como prefere? Caso saiba explorar bem o campo sem recursos mágicos, eu posso ir no lugar do Heitor pois possuo conhecimento em Gradation e Numerologia, posso consertar e ligar o gerador, so iriamos precisar encontra-lo. Apesar de haver uma mais velha ali, ela apenas retornava com Olga e não se intrometia no assunto dos meninos, parecia não se importar com Edmond discutindo as estratégias como se fosse o líder, na realidade, ela chegava a sorrir de orgulho do menino dado seu amadurecimento apesar da idade, lembrava muito sua mãe e também mestra dela, soava nostálgico até mesmo na forma em que gesticulava ao falar, algo suave, quase imperceptível.

-Ei, Ed... Não desconfiando do nosso novo aliado, mas tem certeza que quer ir lá sem nenhum de nós? Sei que por causa da sua herança genética você tem muita mana, mas não pode abusar disso por causa do Paradoxo, vocês dois parecem ser linha de frente, se forem atacados quem vai auxilia-los em meio a escuridão e a distancia? Elena se aproximava, seu tom era bastante docil, era notavel que era a pacificadora do grupo, a tipica suporte que como de praxe estava preocupada com o cavaleiro do qual ela sempre está seguindo, em todas as missões. Ele se aproximava dela a tocando no ombro e oferecendo um sorriso fino buscando conforta-la.

-Vai ficar tudo bem, ok? Vamos conseguir nos virar sozinhos, prometo tentar fazer bonito, quero que apesar da nossa imaturidade que o senhor Lupus veja que, ao menos em campo, somos dignos de sermos do time dele, afinal, um caçador que caça sozinho como ele deve ser muito forte, então eu tenho que fazer por onde por todos nós, então não se preocupe, seja eu ou o Heitor, iremos nos esforçar por todos os outros da equipe, certo? Edmond encarou o jovem mascarado que acenou positivamente com a cabeça se mantendo em silencio. Um pouco mais aliviada, Elena apenas respirava fundo e fechava seus olhos enquanto Olga acenava negativamente, não gostava nenhum pouco desse tipo de ceninha.

-Certo, então se esforcem, viu? Mas caso se machuquem não hesitem em voltar, estarei esperando para curar. Edmond e Heitor ofereceram um "joinha" para Elena que sorria e fazia o mesmo ainda mais aliviada. Olga revirava os olhos e recebia um aperto na bochecha da mais velha que não queria aquela outra estragando o clima de amizade fortalecido ali e agora todos ficavam em silencio esperando o veredito de Lupus já que, até agora, Elise não havia se pronunciado, não que isso importasse para a maioria esmagadora ali.

Um cão selvagem sem coleira e dono era mesmo difícil de se manter por perto e sabendo disso Edmond não ousou sequer pensar em questionar Elise nesse aspecto, era mais sensato te-la longe de seus amigos do que com ele afastado embora todos ali, a pedido da lider, tenham decidido respeitar e dar uma chance aquela homunculo, provar que ela não era apenas um monstro, uma maquina de matar, todavia, dado o próprio dito dela que soou quase como uma confissão, o moreno só olhou para sua superiora que acenou levemente com a cabeça num gesto de sim antes de voltar sua atenção para Lupus do qual falava consigo.

-Obrigado pelo voto de confiança, Lupus, a proposito, meu nome é Olivia, prazer em conhece-lo e boa sorte, cuide do meu menino, apesar de introvertido ele é um bom garoto e não estranhe caso ele não te responda ou seja demais, é natural, ele cresceu isolado, e Heitor, se comporte e faça como o Edmond disse, se esforce, ok? O encapuzado acenava com a cabeça, fazia carinho em Nina que parecia aflita em deixa-lo ir, mas logo foi amparada por Elena que se sentia de forma semelhante embora mais aliviada por não ser Edmond a se arriscar naquele ambiente tomado pela escuridão. Heitor saiu de onde estava após acenar para Olivia e seguiu para acompanhar Lupus ajeitando sua mascara e manto claro não se dispondo a dizer nenhuma unica palavra, nem mesmo um "Vamos lá" clichê.

-Ficaremos aqui fora até as luzes se acenderem, esse será o sinal, não façam nada senão por essa condição. Olivia orientava os mais novos enquanto assistia o trio seguir para dentro daquela construção, basicamente por sua entrada devastada que um dia foi um belo convite de boas vindas para um lugar tomado de diversas oportunidades de emprego. A luz da rua iluminava boa parte do ambiente em seu inicio e aproveitando desse momento de "Safe Zone" Heitor se abaixou para sentir o solo ainda podendo ser visto pelo seu time ao lado de fora.

-Existe mais pessoas aqui, possivelmente sobreviventes, respirações fracas, ofegantes e pesadas, estão nas ultimas... Não detecto  mais nenhum movimento além desses, não nessa parte ainda erguida do prédio, talvez ela esteja na tombada, sobre o gerador, existe um andar subsolo, normalmente esse tipo de construção se encontra nesse lugar, então teremos que descer e depois subir por um terreno acidentado, a terra derrubou boa parte das paredes o que torna o caminho soterrado, é possível passar, mas o ambiente virou praticamente uma caverna de rochas e concreto falhos com alguns restos ainda de escada, se ainda existe um gerador, deve estar bastante danificado, ainda assim, com as luzes ligadas será mais fácil encontrar nosso alvo, isso se ele não surgir de imediato, mas e os sobreviventes? Talvez tenham informações, talvez não, Elena pode cura-los, mas devemos priorizar o resgate ou não dará tempo, o que devemos fazer? Abandonar e seguir em frente ou resgatar e quem sabe assim ter um numero maior de aliados e pessoas gratas a nós? Heitor era realista então estava disposto a sacrificar aqueles que estavam ali tombados e até mesmo enterrados em escombros, só que ao mesmo tempo também pensava na vantagem e possivel prestigio em conseguirem completar um resgate daquela escala, gratidão era sempre bem vinda, principalmente se vinda de outros caçadores que podem oferecer diversas vantagens futuras além da melhora na reputação e pensando nisso tudo o garoto deixava a decisão para os adultos, afinal, caso acontecesse algo, em tese, a culpa seria deles, não sua.

O grupo que entrava estava um pouco afastado daquele que esperava, uma distancia razoável ao ponto de para ouvir um ao outro terem que falar um pouco mais alto, nada demais, mas demonstrava a distancia. Olivia ao ouvir Lupus sobre houverem sobreviventes já sabia de imediato quem poderia ajuda-lo com isso não só por ser forte o bastante para carregar os corpos, mas também rápido e bom na localização dos mesmos.

-Nina, acompanhe-no. A Fagire acenou em positivo com a cabeça e correu até o caçador como se fosse um animal de quatro patas as vias de fato apesar de ser humana, de certa forma. A pequena então acompanhava Lupus farejando aqueles que ainda estavam vivos e seguia para ajudar no resgate que para ser ainda mais preciso contava com a menor simplesmente pegando os feridos e os jogando com certo cuidado pela janela do edifício  onde abaixo haveria Edmond e Olivia com uma espécie de cama elástica feita com Alquimia própria para recebe-los tal como os bombeiros ali embaixo e já começar o tratamento.

-Não me de ordens, homúnculos! Disse Heitor voltando sua atenção para Elise quando Lupus já havia partido junto com Nina e esperou em torno de um três segundos antes de deixar um som esquisito sair de sua mascara... Pareceu um riso contido? Pareceu muito.

-Brincadeira! Eu só queria ver sua cara, desculpe, desculpe, e sim, eu posso, só um momento porque se eu descuidar eu posso desmoronar o ambiente fragilizado. O encapuzado seguiu até uma das paredes e tocou nela se concentrando por instantes, mas acabou movendo o rosto que apesar de mascarado ainda pairava o semblante da duvida dada a forma como seu corpo todo reagia.

-Estranho... Heitor movia a terra melhorando, e muito, o trajeto dele e Elise até o subsolo daquele edifício, todavia, o garoto acabava voltando seu olhar para o alto, mais precisamente para o teto, não o encarava -o que era difícil de dizer dada a mascara- e sim apenas analisava certa situação enquanto ao lado de fora Olga usava seu poder Argentum para sacrificar um olho do qual trouxe consigo dentro de um pote para poder enxergar muito melhor os arredores.

"-Os feridos estão distribuídos de forma ao qual aqueles que os resgatam tem que ir subindo as escadas, qual a chance disso acontecer em uma luta? Do inimigo ir derrubando um por um até o topo do prédio como se fosse uma fila? Eles pareciam iscas, mas... É isso!" Heitor seguia tirando todas suas conclusões em pensamento enquanto seguia analisando a terra percebendo que o topo do prédio, por obviamente estar quebrado, era um campo aberto e nisto, no topo de outro prédio ali perto, uma figura segurava seu arco e flecha e apontava na direção daquele edifício. Desconfiando de algo semelhante notando que Lupus e Nina estavam subindo demais aquele lugar, Edmond e Olivia se prontificaram pedindo para Olga observar os arredores com seu olhar aprimorado.

-Eu não vejo nada, talvez se eu estivesse mais alto... Edmond, pode me ajudar com isso? O Opfatter encarou a lider que acenou positivamente para ele que soltou aquela rede de resgate e seguiu até a loira para poder ajuda-la a achar um ponto mais alto para poderem terminar com aquilo o mais rápido possível.

-Ed, vai ser mais rápido se você me deixar subir nos seus ombros, assim eu ja terei a altura necessária. Achando uma boa ideia, o moreno não questionou o dito da loira se ajoelhando frente a ela que seguiu por trás dele para subir em seus ombros deixando as coxas sobre os ombros dele que se ergueu devagar com ela sobre si.

-Está bom assim? De pé, Edmond esperava o veredito de Olga que mantinha um de seus olhos fechado e coberto por seus dedos de mesmo lado deixando apenas a visão aprimorada por seu Magic Crest agindo observando de mais alto os arredores enquanto, propositalmente, apertava suas coxas expostas pela saia as laterais do rosto do Opfatter que estreitou seu olhar.

-Está otimo, Ed! Hmmmm, não vejo nada. Com aquela visão, Olga conseguia filtrar coisas como ver através de paredes então usava esse filtro para vasculhar absolutamente toda a area circundante, mas não via absolutamente nada em lugar algum e nisto Lupus e Nina chegavam a um ponto onde estavam vários feridos, provavelmente a batalha mais intensa havia sido ali.


-Hmm, não tem ninguém, acho que foi só coincidência mesmo, Ed, já pode me descer... No que Olga olhou para baixo, o arqueiro sorriu largo e percebendo que agora, por aquele infimo instante, poderia se revelar, o fez disparando uma sequencia de três flechas ao mesmo tempo contra Lupus que ainda não havia chego no topo e sim numa espécie de salão de trabalho muito próximo de tal.

-Que horrível, olha quantas vitimas... Nina se aproximava dos corpos para resgatar aqueles que ainda estavam vivos como já estavam fazendo e nisto, lá embaixo, Elena enquanto curava aqueles que chegaram percebia algo estranho olhando para os feridos com certo ar de estranheza que chamou a atenção de Olivia.

-El? Aconteceu algo?  As setas disparadas eram como finíssimos fios de luz carmesim que atravessavam a estrutura do prédio e causaram explosões em cadeia onde Lupus e Nina estavam fazendo tremer toda a estrutura do edifício enquanto Elise e Heitor já estavam praticamente dentro do subsolo e por estarem lá o tremor acabou derrubando a terra que perdeu sua estabilidade natural por causa da Geomancia fazendo assim ela inteira cair como uma avalanche bloqueando a saída e por pouco não soterrando a dupla já que por ser um Magi perito nisso, Heitor deu seu jeito para impedir ele e sua atual parceira de serem enterrados vivos. A explosão chamou a atenção de Edmond que derrubou Olga a pegando em seu colo olhando em direção onde havia acontecido aquilo se perguntando o que havia acontecido.

Heitor acabou ficando parado com aquela reação de Elise, a inicial, simplesmente parecia não ter medo dela ou já sabia de antemão, de alguma forma, que apesar dos apesares ela não o atacaria e isso foi confirmado quando assim como ele, ela só havia brincado. Após impedir que fossem soterrados naquele lugar através de sua Geomancia, o mascarado imediatamente tentou abrir a saída novamente, só que não deu certo, algo mais forte do que ele parecia estar segurando as rochas, ou seja, aquele desmoronamento não havia sido um acidente, havia outro usuário de Geomancia naquele lugar, mas onde? Se fosse esse o caso o outro camuflou a si mesmo manipulando a terra para impedir que o encapuzado o sentisse através do solo, nada mal, pensou o garoto.

"-Parece que tem outro Magi, mas porque nos encurralar? Será que a tal Lycan..." Antes que concluísse sua linha de raciocínio mental, Heitor foi sacudido por Elise num ato que pareceu desespero para saber se ele estava bem, se não estava machucado e isso simplesmente foi... Inesperado?

-Ah... Sim, eu estou bem, calma. Assim que solto e vendo a mulher ir mais adiante do que si, o Magi olhava de volta para trás e novamente para a morena a sua frente a acompanhando naquele lugar que era muito mal iluminado... Iluminado? As luzes não deveriam estar desligadas? Foi então que se ligou.

-O gerador já está ligado, mas só algumas luzes do prédio estão desligadas provavelmente pelo mesmo Mago que nos prendeu aqui, ele usa Geomancia e bloqueou a saída, mas permite que o ar entre pelos dutos de ventilação e mantem as luzes daqui do subsolo ligadas o que significa que caímos em uma emboscada, só me pergunto o porque ele simplesmente não nos... Heitor não completou sua frase pois começou a ouvir o que pareciam ser pessoas emitindo ruídos estranhos e logo na sequencia era visível alguns subindo as escadas de encontro a dupla tendo seus olhos vermelhos brilhantes destacados naquele ambiente ainda escurecido apesar das luzes fracas.

-Olhos vermelhos, postura animalesca, essas pessoas são Ghouls, mas as roupas, alguns deles são dos nossos, Magos registrados de uniforme, não pode ser... É pior que pensamos. Heitor sacava suas Photon Blades que seriam adagas anexadas a sua cintura do qual agora revelavam o porque do nome, ao redor do metal das laminas havia uma "camada" do que parecia ser luz o que acabava iluminando ainda mais o ambiente em roxo, cor das armas dele. Ghouls são recém-transformado em Dead Apostles que ainda não tem controle nenhum sob sua sede de sangue e ainda estão transitando entre o humano e o vampiro, logo, não possuem quase nada de inteligencia e por isso não se lembram direito de suas habilidades se focando em ataques diretos contra seus alvos abusando de sua força física e velocidade elevados junto sua saúde ampliada pelo vampirismo.

-Eu desconfiei na existência de um Mago por trás disso tudo, mas é bem pior, por haver Ghouls aqui, provavelmente a Lycan não estava sozinha, existe um Maou com ela. Os Ghouls seguiam subindo as escadas lentamente e isso era um sinal forte de que não estavam livres e sim controlados por alguém cujo motivo ainda se mantinha um mistério. Uma corrente densa de ar começava a mover por trás de Elise e Heitor esvoaçando cabelos e tecidos mais leves das roupas.

-Nosso inimigo deve estar no centro do subsolo junto o gerador, se encontrarmos e derrota-lo os outros Ghouls vão perder o controle e abate-los em frenesi é mais fácil do que coordenados por algo maior. Aqueles Ghouls até pouco tempo atrás eram humanos, valeria a pena mata-los? Heitor objetivo como era parecia bastante disposto a isso, mas não havia uma cura? Um outro recurso? Mesmo como monstros atualmente, caso recuperem a razão eles podem viver uma vida comum como qualquer outro ser caso respeitem o acordo entre Dead Apostles e demais raças, logo, Elise tinha que decidir o como lidar com aquela situação já podendo perceber que os ventos a favor dela e de seu aliado empurravam os Ghouls para trás os fazendo perder o equilíbrio e aproveitando desse momento o garoto avançava contra eles para atingi-los com suas adagas com golpes severamente mortais senão fosse impedido de alguma forma.

As flechas que seguiam até Lupus atingiam com precisão causando explosões mágicas que liberavam chamas em vermelho puro que por muito pouco não acertaram Nina que tentou proteger a si mesma "encolhendo" seu corpo e assumindo uma postura defensiva bastante desajeitada. O arqueiro após seu disparo certeiro sorriu expondo seus dentes do qual os caninos eram muito mais afiados que o normal embora os demais dentes também pareciam ser bastante fortes e afiados, sem duvida aquele individuo não era humano e este apenas se virou para sair dali esvoaçando seu manto.

-Aaaaaai! Percebendo que Lupus revidava o disparo ao ver sua seta voando contra o inimigo, Edmond dali debaixo gritava chamando pelo caçador e pela Fagire que desnorteada saltou contra o aliado movendo sua mão para atingir o rosto dele com um forte golpe, mas não fora isso em especifico, apesar da impressão de bater no grisalho, a garota na verdade o salvou de receber um golpe pelas costas de um individuo que estava atrás dele.

-O que está acontecendo?! Nina ficava de costas para Lupus protegendo sua belíssima retaguarda enquanto os até então mortos iam se levantando devagar formando um cerco ao redor daquela dupla de caçadores exalando o brilho de seus olhos vermelhos. Percebendo o revide, a figura encapuzada moveu sua mão pegando a flecha que atravessou sua mão a fazendo dar um breve gemido de dor, abaixar o palmo atingido e retirar a seta cheia de seu sangue a levando consigo imaginando que talvez aquilo pudesse deixar algum rastro para localiza-la posteriormente e então saltou do prédio saindo da vista do grisalho que pode notar que aquela que o atacou se tratava de uma mulher dado os detalhes volumosos de seu corpo e o belo par de seios.

-Ele acertou em cheio! O alvo vai escapar! Com o Encobrimento desfeito para atacar, o arqueiro ficou em vista o que permitiu Olga enxerga-lo e avisar seu time onde Edmond simplesmente saiu correndo para ir atrás daquele alvo do qual Lupus, dado aquele breve momento percebeu não se tratar de um humano, muito menos de uma mera Besta Fantasma, aquela mulher tinha velocidade e agilidade muito semelhantes a sua e a forma como acertou aquelas flechas mesmo ele sendo um servo, só podia significar algo... Ela também era uma serva e sem duvida alguma o Opfatter não teria a menor chance contra ela, todavia, no cenário atual o albino tinha coisas maiores para se preocupar como o fato de além estar cercado de inimigos e ter uma voz ecoando em sua mente de forma incomoda ao ponto dele não conseguir sequer pensar direito e se irritar mais fácil mesmo com coisas simples como a pergunta que Nina fez mais cedo.


"-Junte-se a nós, não fique com eles, venha para nós, nós podemos da-lo poder, nós podemos deixa-lo mais forte, nós podemos da-lo o calice, venha, venha!" Aquelas palavras seguiam se repetindo sem parar e das formas mais aleatórias possiveis na mente de Lupus que era encarado por Nina que ficava assustada ao ver que os olhos do caçador iam oscilando entre sua cor normal e o vermelho, o mesmo vermelho presente naqueles que ficavam apenas o rodeando caminhando devagar começando a eles mesmos começarem a falar exatamente o que estava na mente do grisalho.

-Senhor Lupus, o que está havendo? Você está bem? Eu to com medo... Por favor, me responda! Nina segurava as roupas de Lupus e começava a puxa-lo como uma criança que tentava chamar a atenção de um pai ou uma mãe. Pela ligação de mestre e servo, Elise podia sentir algo errado com aquele homem através de uma espécie de dor em seus Selos de Comando que agia como um aperto no coração, ele não estava bem e algo interferia na razão do mesmo.

No que Lupus pegou sua poção para beber, ele pode notar que seu braço, usado na defesa, não estava ferido com queimadura e sim com cortes, ao que parece o fogo carmesim destruiu apenas suas roupas permitindo então que sua pele fosse atingida diretamente com cortes razoáveis -provenientes da ponta das flechas- o que fazia os ferimentos abertos sangrarem fazendo escorrer do sangue do grisalho. Aquela mudança nos aspectos do mais velho deixavam a garota ainda mais assustada, o que estava acontecendo? Ninguém a respondia! E nisto percebendo que o homem estava se livrando do encanto mental que sofreu o grupo que estava ao redor dele simplesmente saltavam, todos os 10 contra ele.

-LUPUS!!!!! Nina foi jogada pelo homem pela janela para cair na cama elastica de resgate que estava abaixada já que Edmond a soltou, logo, não estava própria para uso o que forçou Olivia ao ouvir o grito da menor correr até ela e a pegar no ar em seu colo. A Fagira estendeu sua mão tentando alcançar o caçador, mas sem sucesso.

-Você está bem?! Perguntou a mais velha caindo de pé no chão após resgatar a garota que praticamente saiu voando daquele cenário de combate. Ainda atordoada, Elena apenas voltava seu olhar para o paciente que havia acabado de tratar enquanto Edmond, já no outro prédio onde estava o arqueiro o procurava seguindo o rastro de seu sangue até perceber que ele terminava dentro do prédio onde Lupus estava, na parte tombada mais precisamente.

-Essa não... Droga! O moreno saiu correndo por dentro da construção atravessando os diversos obstáculos que haviam ali para tentar alcançar o alvo que se provou ser extremamente rápido, afinal, já estava fora de sua resta restando apenas o sangue dele para seguir, este ainda fresco, sinal de que havia acabado de passar por ali.

-El, o que foi que você parece tão preocupada? O Ed vai voltar, ele pediu para confiarmos nele e no Heitor, lembra? Olga falava com a outra loira que ao terminar todo o tratamento médico dos sobreviventes, seguia examinando alguns voltando então sua atenção para a outra loira parecendo de fato bastante preocupada.

-Não é isso, é só que... É estranho, quando eu curei essas pessoas eu senti nelas algo a mais, como se algo estivesse as possuindo, alguns até reagiram, mas a cura os fez parar, os sinais eram loucura junto a olhos vermelhos brilhantes, mas isso é um traço de Ghouls, mas a Maldição de Brunestud não tem cura, eu não poderia simplesmente faze-los voltarem ao normal, mesmo com Sacramentos. Ouvindo aquilo, Olivia colocou Nina no chão e olhou para Elena tentando entender o que ela queria dizer com aquilo junto de Olga que também ficou confusa, mais até do que a mais velha sobre aquela informação bizarra.

-O que você está querendo dizer com isso, Elena? Já dentro do prédio, a criatura alvejada por Lupus já estava ali no mesmo andar que ele, escondida ainda com seu capuz sobre a cabeça, ela que então olhava para dentro para avaliar a situação antes de atacar erguendo sua mão ferida do qual lambia o próprio sangue  que insistia em escorrer.

-Que seja o que for isso, não é Vampiros, é Influencia Mental provavelmente causada por algo muito poderoso, possivelmente uma Criatura Abissal. A fala de Elena acompanhava o momento onde a arqueira encapuzada se expunha mantendo sua mão ferida erguida frente o rosto enquanto sorria largo expondo apenas seus dentes já que seu rosto ainda seguia oculto pelo capuz negro que usava. A musculatura do palmo se enrijecia e seguido disso as unhas da mulher começavam a crescer até certo ponto.

Deixando o mover do vento a favor dos dois, Heitor estava mais rapido junto a Elise então passar aqueles Ghouls seria algo bastante simples para a dupla tal como derrubar todos eles com golpes precisos em pontos vitais, todavia, o tom de voz daquela mulher, a hesitação, aquilo fez com que o garoto desviasse seus golpes para acertar de fato, mas não causar danos mortais ou difíceis de lidar posteriormente e nisto, assim como ela, se ocultou na nevoa começando a avançar adiante mesmo ver a parceira em meio aquele nevoeiro causado por ambos.

"-Ela diz que não devemos salva-los, mas não atacou nenhum de forma direta, esse homúnculo... Não, essa mulher, eu não sei o que o Capo fez, mas ela com certeza não é normal, como aqueles de sua raça, interessante." Heitor tinha criação ligeiramente ninja e por isso se movia como tal correndo com o torso abaixado e mãos para trás o que parecia aumentar sua eficiencia na corrida, logo, acabava inevitavelmente chegando no lugar mais rapido que sua parceira embora isso não fizesse diferença já que nenhum dos dois iriam se ver por causa do nevoeiro que tomou todo o lugar, mesmo ali, o subsolo todo fechado impedia a nevoa de se dissipar, de ir embora. Praticamente sozinha ali por não poder ver seu parceiro, Elise podia sentir vez ou outra movimentações próximas de si e avistar, eventualmente, alguns vultos negros.

-Ora, ora, então temos os três a capacidade de nos ocultarmos, interessante... Mas, isso significa que um de nós terá que se revelar, do contrário ninguém conseguiria avançar, e então? Como sera? A voz masculina ecoava por todo o cenário sendo dificil dizer de onde ela vinha e nisto a homúnculo pode ouvir a colisão de laminas, pelo visto Heitor tinha se revelado e isso só se tornou mais nítido quando o gritou abafado dele ecoou por todo aquele lugar sem muitos detalhes, a nevoa densa cobria tudo e impedia a morena de ver direito já que parte daquela cobertura não era sua e sim de seu aliado que parecia ter sido pego pelo inimigo. No que ela fosse, talvez, na direção do som das armas, veria a mascara de Heitor caída junto a alguns rastros de sangue para na sequencia ouvir algo caindo e a nevoa que encobria ele até então começar a se dissipar, um sinal de que ele havia provavelmente perdido sua consciência e caso a mulher fosse conferir já que agora conseguia ver através de sua própria cobertura de ar denso, avistaria o aliado caído no chão com sangue no canto de sua boca e uma espada, mas aparentemente bem e vivo, uma obvia armadilha para ela se expor.